Mea Culpa

Mea culpa

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Errei. Errei em algum momento da vida.

Mais jovem, sonhava com um mundo mais justo.

Um lugar de mais sororidade,

E essa palavra nem estava em meu vocabulário.

 

Diante de um mundo já organizado

Com suas estruturas de poder estabelecidas

Entre fracos e poderosos

Entre dominantes e dominados

Encontrei na palavra luta a chave da mudança

 

Isso mudou a própria leitura da realidade

De como ver a fé

De como ver as pessoas

De como ver as esperanças para a sociedade

 

Não cabia mais a expressão seu lugar no mundo

Porque esta é legitimadora das opressões

Afinal, qual é o lugar do pobre?

Do índio? Do negro? Do homossexual?

Do cristão? Do ateu?

Qual enfim é o lugar do humano?

 

Em algum lugar tenho certeza que errei

Não escrevi alguma teoria incrível

Que trouxesse ou provocasse novas reflexões

Não conectei alguns dos tantos livros que li

Ou não li alguma dessas teorias que a própria realidade grita nas entranhas sociais

 

Outro mundo se descortinou

Mais conectado, porém com vínculos mais frágeis

Onde se desconecta do outro e da sociedade num clicar de olhos

 

As relações de poder permanecem as mesmas

Terra, status social, mercado financeiro,

As ferramentas de dominação permanecem as mesmas

O medo, o ódio, e incessante busca por uma segurança fora de si mesmo

Nas armas, nas posses, nas pessoas a possuir.

 

A história parece que não nos ensinou o suficiente

Pois segue se repetindo em suas farsas

Os poetas, músicos, ativistas das diversas questões humanas,

Os mártires, os escritores, os cineastas teimosos por construir outra cultura humana

Cada qual a seu tempo, por vezes muito à frente dele

Nos provocaram, nos chocaram e nos mudaram

 

Há como uma luta em constante batalha na história humana

Onde o que há de melhor e pior na espécie humana se renova

Renova seus argumentos

Se organiza em grupos

E seja pela violência ou pela resistência à ela

Nos abala, nos transforma, nos alimenta.

 

Abracei de menos talvez, conversei de menos talvez,

Não fiz uma música sequer,

E peço perdão.

Certo estou de que enquanto houver perseguição,

Violência aos mais fracos,

Miséria

E a disputa natural (?) de poder numa sociedade para poucos…

Meu lugar será sempre na luta pelos poucos.

Na festa dos que resistem até o silêncio grita.

 

LEVANTEM-SE! ANIMEM-SE! NÓS POUCOS, SOMOS A MAIORIA!

 

Luiz Sobrinho – 12/10/18

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